28/10/2001 – Santos 0 x 2 Corinthians – Campeonato Brasileiro

Santos 0 x 2 Corinthians

Data: 28/10/2001, domingo, 16h00.
Competição: Campeonato Brasileiro – 1ª fase – 20ª rodada
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos, SP.
Público: 20.000 pagantes
Renda: R$ 253.296,00
Árbitro: Paulo César de Oliveira (SP)
Gols: Luizão (22-2, de pênalti) e Galván (46-2, contra).

SANTOS
Fábio Costa; Preto, Galván e Cléber; Russo, Paulo Almeida (Renato), Marcelo Silva, Robert e Léo (William); Marcelinho Carioca e Viola.
Técnico: Cabralzinho

CORINTHIANS
Dida; Rogério, Batata, Scheidt e Kléber; César Sampaio, Renato, Ricardinho e Gil (Marquinhos); Deivid (Otacílio) e Luizão.
Técnico: Wanderley Luxemburgo



Ousadia de Luxemburgo leva Corinthians à vitória sobre o Santos

O técnico Wanderley Luxemburgo saiu vencedor no duelo pessoal travado com o meia Marcelinho, seu desafeto, e em plena Vila Belmiro, o Corinthians bateu o Santos por 2 a 0 no clássico mais esperado do Campeonato Brasileiro.

Os gols foram marcados por Luizão, de pênalti, aos 20min, e Gálvan, contra, aos 47min do segundo tempo.

Com o resultado, o time paulistano passa a somar 26 pontos ganhos, subindo na classificação, além de acabar com uma sequência de cinco derrotas seguidas. A equipe santista, por sua vez, permanece com 28 pontos e se distancia cada vez mais da zona de classificação.

Luxemburgo justificou tanto mistério _sequer divulgou a formação do seu time antes do clássico_ ao apelar à ousadia e escalar o Corinthians com três atacantes (Gil, Luizão e Deivid) e dois meias ofensivos (Ricardinho e Renato).

Desta forma, eliminou o zagueiro da sobra do esquema 3-5-2 utilizado pelo técnico Cabralzinho no Santos, e segurou um pouco mais os laterais Russo e Léo, que não puderam apoiar tanto o ataque.

Marcelinho, enfrentando pela primeira vez sua ex-equipe e Luxemburgo, participou ativamente das principais jogadas de ataque do Santos, mas, bem marcado, criou pouco e concluiu menos ainda a gol.

No primeiro tempo, o time corintiano deteve por maior tempo a posse de bola, mas chegou esporadicamente à meta adversária e ameaçou apenas com chutes de longa distância, principalmente com Deivid, Renato e Rogério.

O Santos também criou raras chances incisivas de gol, mas teve a melhor oportunidade para marcar na etapa. Aos 37min, depois do cruzamento da esquerda, Marcelinho, na pequena área, tentou de calcanhar, mas mandou nas mãos de Dida.

Contrariando a expectativa de um jogo duro, devido ao “caso-Marcelinho”, as duas equipes se comportaram em campo e o juiz não precisou recorrer ao cartão amarelo para coibir a violência nesta etapa.

O Corinthians voltou mais determinado para o segundo tempo e pressionou o Santos em seu campo, criando seguidas chances para abrir o marcador.

Aos 20min, Luizão aproveita falha da zaga e rouba a bola. Depois de driblar Fábio Costa, sofreu o pênalti. O próprio atacante cobrou e fez o gol que deu início à vitória.

Com a vantagem no placar, o time corintiano passou a jogar nos contra-ataques e suportou como pôde a pressão adversária até quase o final da partida.

Aos 47min, o golpe de misericórdia: o zagueiro Gálvan foi tentar cortar cruzamento da direita e mandou para as próprias redes, justamente no dia de seu aniversário.

Santistas reconhecem superioridade corintiana no clássico

Os jogadores do Santos não tentaram arrumar desculpas após a derrota de 2 a 0 para o Corinthians, neste domingo. Conscientes do mau futebol apresentado pela equipe, eles admitiram que o rival mereceu sair de campo com a vitória.

“Tentamos de tudo, mas não deu. O Corinthians soube aproveitar as oportunidades, foi superior e mereceu a vitória”, disse o meia-atacante Marcelinho.

O técnico Cabralzinho explicou que o time não conseguiu sair da forte marcação imposta pelo adversário. “O Corinthians teve mérito porque soube neutralizar as nossas principais jogadas.”

O zagueiro Cléber lamentou o fato de o Santos ter saído de campo sem nenhum ponto, fato que pode dificultar ainda mais a classificação à próxima fase do Campeonato Brasileiro.

“Produzimos pouco, realmente não foi uma tarde feliz. Contávamos pelo menos com o empate”, revelou o defensor.

Com a derrota, o Santos permaneceu com 28 pontos e caiu para a 14ª posição. A próxima partida será no domingo, contra o Grêmio, novamente na Vila Belmiro.

Luxemburgo dispensa treinos e surpreende o Santos no clássico

O Corinthians começou a ganhar o clássico contra o Santos, o mais esperado do Campeonato Brasileiro, na última sexta-feira, ocasião em que o técnico Wanderley Luxemburgo definiu que a equipe entraria em campo com três atacantes (Gil, Luizão e Deivid) e com dois meias ofensivos (Renato e Ricardinho).

O treinador corintiano não realizou treinos táticos e não orientou coletivos, evitando assim que Cabralzinho, técnico do Santos, soubesse de suas intenções. Aliás, os jogadores adversários, os torcedores e a imprensa só tomaram conhecimento da escalação corintiana quando o time subiu a campo na Vila Belmiro.

“O time estava definido desde anteontem. Eu já tinha isso na cabeça. Tanto que não fiz nenhum treino tático para não dar pistas à imprensa”, disse, em coletiva, após o clássico de hoje.

Luxemburgo deixou de lado o seu duelo pessoal com Marcelinho e apostou todas as suas fichas na ofensividade, mesmo jogando na Vila Belmiro, onde o retrospecto é bastante desfavorável ao Corinthians.

“Nós estudamos o adversário. Eu sabia que ele [Cabralzinho] ia jogar com três zagueiros e o meio-campo iria ficar vulnerável, pois conhecemos o Marcelinho e o Robert e eles não voltam tanto assim para ajudar na marcação. Por isso botei os três atacantes. A minha preocupação era não tomar o gol de início, porque se isso acontecesse eles iriam jogar nos contra-ataques”, analisou.

Sobre o duelo com Marcelinho, jogador que ele baniu do Parque São Jorge, Luxemburgo garante que em momento algum se preocupou com isso e que até pediu a seus jogadores que evitassem entrar em provocações ou que cometessem faltas mais ríspidas.

“O revide não existe. Ninguém tem que revidar e oferecer a vitória a alguém. Temos de oferecer a vitória aos torcedores. Ganhamos do Santos, onde joga o Marcelo, que é um jogador de qualidade. Mas falei para ninguém caçar o Marcelo no jogo”, disse.

Depois, elogiou o comportamento dos jogadores dos dois times em campo e das torcidas. “Pelo que sei, não aconteceu nada de grave entre os torcedores. Isso é muito bom. Dou os parabéns aos jogadores, que proporcionaram um belo espetáculo”, finalizou.

Marcelinho elogia Luxemburgo pela ousadia tática

Apesar de Wanderley Luxemburgo ser seu desafeto declarado, o meia-atacante Marcelinho não poupou elogios ao comandante do Corinthians após o clássico deste domingo.

O jogador do Santos reconheceu que o fato de o técnico ter escalado três atacantes (Deivid, Luizão e Gil) desde o início da partida foi preponderante para o resultado.

“Ele [Luxemburgo] é um treinador inteligente e mostrou isso mais uma vez. O Wanderley tem méritos pela vitória”, disse Marcelinho.

O santista, que aguardava o clássico com bastante expectativa, tentou minimizar a derrota para sua ex-equipe.

“Esse não era o único jogo da minha vida e não tenho que provar nada”, afirmou.

Zagueiro Batata se sente vingado com vitória sobre Marcelinho

Diferentemente de seus companheiros de equipe, o zagueiro corintiano Batata não conseguiu esconder a alegria por ter vencido o Santos e Marcelinho.

Na confusão que culminou com a saída do meia-atacante do Parque São Jorge, o defensor foi acusado por Marcelinho de ter agredido Ricardinho, o suposto dedo-duro do elenco.

“Deus é pai, sabe o que é justo e correto, e sabe também quem trabalha honestamente. Deus sufoca, mas não enforca”, disse Batata, logo após o jogo.

Wanderley Luxemburgo e Ricardinho, outros desafetos de Marcelinho, preferiram comemorar a “dupla vitória” de forma mais discreta.

“Não ganhamos só do Marcelinho, ganhamos do Santos”, afirmou o técnico.

“O importante foi que eu consegui realizar bem o meu trabalho, assim como toda a equipe”, completou o meia.

Luxemburgo enaltece sua opção tática e faz auto-elogio

Com pose de vencedor, Wanderley Luxemburgo não escondeu o orgulho por sua decisão de escalar três atacantes hoje. Para o treinador corintiano, sua escolha surpreendeu o adversário e foi “perfeita”.

Folha- O que significou vencer o Santos por 2 a 0?
Wanderley Luxemburgo – Graças a Deus meus jogadores não foram envolvidos pelo clima de guerra. Preciso também dar os parabéns aos jogadores do Santos. Mas a CBF precisa tomar providências. Tomei uma pedrada nas costas, mas poderia ser na cabeça. Da outra vez que joguei aqui, levei moeda na cabeça. Não dá.

Folha – Como fez para suportar essa pressão por enfrentar o Marcelinho?
Luxemburgo – Ganhamos do Santos, não do Marcelinho. O Santos ficou preso na defesa por eu ter escalado três atacantes. Eu sabia que se conseguíssemos passar o primeiro tempo sem tomar gols, no segundo eles sairiam. Aí o contra-ataque seria nosso. Foi o que ocorreu.

Folha – Acha que agora o time vai embalar?
Luxemburgo – É uma equipe em formação, mas que ganhou tranquilidade com a chegada do César e do Dida.

Vitória quebra série negativa corintiana

Em jogo badalado, time de Luxemburgo domina no segundo tempo, consegue 2 gols e evita sexta derrota consecutiva. Técnico é alvo de moedas e pedras arremessadas pela torcida santista e reclamou da CBF, pela falta de segurança do estádio.

Santos tem o CT invadido ( Em 31/10/2001 )

Torcidas organizadas exigem saída de 5 atletas e do técnico Cabralzinho

Devido à derrota por 2 a 0 para o Corinthians no último domingo, um grupo de cerca de 50 integrantes de facções organizadas invadiu ontem o centro de treinamento do Santos para cobrar empenho e exigir a saída de jogadores e do treinador Cabralzinho.

Depois de entrar por um dos portões do CT Rei Pelé disparando rojões, uma parte dos torcedores correu em direção aos jogadores, e outra se dirigiu a um dos alambrados que separa os campos de treinos para pregar faixas.

Não houve agressão a atletas porque os manifestantes foram contidos pela segurança. Apesar disso, um dos seguranças caiu e recebeu socos e pontapés.

Os invasores ainda ameaçaram o repórter Vágner Lima, da TV Gazeta, que teve o microfone atirado no chão e foi impedido de entrevistar jogadores. Depois da chegada de uma guarnição da Polícia Militar, os torcedores começaram a deixar o CT.

O protesto envolveu integrantes de Santos e de São Paulo dos agrupamentos organizados Torcida Jovem, Sangue Jovem e Força Jovem. As faixas continham inscrições como “Vergonha mais uma vez!”, “Se o Santos não se classificar, o bicho vai pegar” e pediam a saída de Cabralzinho e dos jogadores Viola, Paulo Almeida, Russo, Robert e Marcelo Silva.

“A torcida do Corinthians bateu neles, e eles foram campeões. Com a gente, sempre foi na paz. Agora, chega. Queremos respeito e empenho”, disse Júnior Dias de Souza, da Torcida Jovem.

No momento do tumulto, a maioria dos titulares se encontrava na sala de musculação. Os jogadores Marcelo Silva, Preto, Galván, Fábio Costa e Válber, que estavam em um dos campos, além do auxiliar Serginho Chulapa, se dirigiram aos torcedores para apaziguar os ânimos.

“Fora de campo, eles podem fazer o que quiserem, mas no nosso local de trabalho, não. A gente não está aqui para ser agredido”, afirmou o volante Marcelo Silva.

“Ninguém gosta de perder para o Corinthians. O torcedor pode se manifestar. Mas o caminho não é por aí”, disse Serginho Chulapa.

O vice-presidente do Santos, Norberto da Silva, disse ter estranhado o fato de a manifestação ter ocorrido ontem, dois dias depois da partida. Ele relacionou o episódio à eleição para a presidência do clube, para a qual já existe pelo menos uma chapa de oposição.

“No domingo, depois do jogo, não houve protesto. É surpresa isso ocorrer a pouco mais de 30 dias de um processo eleitoral”, disse.

Ex-jogador, Silva rechaçou a acusação dos torcedores, segundo a qual a falta de empenho dos atletas foi a causa da derrota. Para ele, houve “excesso de vontade”.

“Todo excesso leva a uma falta de concentração. Para jogar futebol, você não pode estar nem além nem aquém. Tem de estar em equilíbrio”, declarou.

Xingado de “incompetente” pelos torcedores, Cabralzinho reuniu os atletas no centro de um dos gramados para um “trabalho de recuperação emocional”. Para o técnico, o Santos “perdeu o embalo” após vencer o Atlético-MG por 1 a 0 fora de casa e permanecer duas semanas sem jogar antes do clássico com o Corinthians.

No momento do protesto, Viola, um dos alvos da manifestação, deixou o CT por um dos portões, contornou o quarteirão e entrou por outro portão, junto à sala de musculação. Ele também considerou que o protesto foi motivado por interesses eleitorais.

“É o momento político que o Santos vai atravessar. Então, vão querer atingir os principais jogadores para desestabilizar. Mas sabemos que os torcedores fiéis não fazem isso”, afirmou.


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