12/03/2000 – Santos 1 x 0 Ponte Preta – Campeonato Paulista

Santos 1 x 0 Ponte Preta

Data: 12/03/2000, domingo.
Competição: Campeonato Paulista
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos, SP.
Público: 11.806 pagantes
Renda: R$ 123.480,00
Árbitros: Romildo Correa e Marcelo Cansian
Gol: Caio (08-1).

SANTOS
Carlos Germano; Baiano, Márcio Santos, Galván e Dutra; Anderson Luiz, Rincón, Robert e Caio (Eduardo Marques); Dodô (Claudiomiro) e Valdir (Deivid).
Técnico: Carlos Alberto Silva

PONTE PRETA
Adriano; Alex, André Santos, Ronaldão e Clodoaldo (Adrianinho); Dionísio (Macedo), Fabinho, Mineiro e Vânder; Narcizio (Claudinho) e Fabiano.
Técnico: Estevam Soares



Santos supera a Ponte em “jogo limpo”

Mesmo com vitória, torcida santista vaia equipe e pede a demissão do técnico Carlos Alberto Silva

O Santos sofreu no segundo tempo da partida de ontem à tarde, na Vila Belmiro, para conseguir garantir a magra vitória de 1 a 0 sobre a Ponte Preta.

O jogo foi o único desta fase do Paulista que não teve nenhum cartão amarelo nem vermelho.

O time santista teve um desempenho satisfatório no primeiro tempo, quando marcou o único gol da partida. A equipe saiu para o intervalo aplaudida, mas, na segunda etapa, teve de suportar as vaias da torcida e a pressão do adversário para segurar o resultado.

Apesar da vitória, o técnico Carlos Alberto Silva continua em situação delicada. Pouco antes do final do jogo, os torcedores entoaram o coro “ô, ô, ô, queremos treinador” e xingaram Silva de “burro”, a exemplo do que ocorreu no amistoso contra o Atlético-PR, empatado em 0 a 0.

No primeiro tempo, o Santos dominou a partida e criou várias chances de gol. Com o adversário fechado na defesa, o time trocava passes na intermediária, à espera da abertura de espaços que permitissem lançamentos para os meias Caio e Robert e para os atacantes Dodô e Valdir, todos em constante movimentação.

No meio-campo, a bola passava necessariamente pelos pés do capitão Rincón, que estreou na Vila Belmiro e atuou mais recuado, à frente da zaga, comandando o time e orientando o posicionamento, como fazia no Corinthians.

O gol santista saiu aos 7min, em um lance fortuito. Baiano errou uma cobrança de falta da direita. A bola bateu na barreira e saiu. Na cobrança do escanteio, pelo próprio Baiano, Caio se adiantou aos zagueiros e marcou de cabeça.

Mesmo depois de sofrer o gol, o time campineiro se manteve atrás, arriscando chutes de longa distância ou tentando surpreender em contra-ataques.
Em dois desses lances, quase empatou. No primeiro, aos 26min, Fabiano recebeu a bola dentro da área, driblou Márcio Santos, mas, quando ia concluir, foi travado por Rincón.

No segundo, em novo contragolpe dois minutos depois, o chute de Vander passou perto da trave direita de Germano.

O destaque santista era o meia Robert, principal articulador das jogadas ofensivas do time, com lançamentos perfeitos e boas arrancadas com a bola dominada.

Homenageado antes da partida por um “gol de placa” que marcou contra o Rio Branco em 96, em sua primeira passagem pelo Santos, Robert quase fez outro.

Aos 48min, recebeu de Baiano na entrada da área, viu o goleiro Adriano adiantado e tentou encobri-lo, mas a bola passou por cima do travessão.

No segundo tempo, a Ponte voltou pressionando em busca do empate. E quase conseguiu, aos 7min. Após descida de Alex pela direita, Fabiano recebeu sozinho na entrada da pequena área e acertou o travessão do goleiro Carlos Germano.

Dominado e já recebendo vaias da torcida, o Santos só conseguiu reagir aos 14min. Em um contra-ataque, Dodô lançou Valdir entre os zagueiros. Livre, o atacante chutou, o goleiro Adriano rebateu, mas o ataque santista desperdiçou o lance.

Na sequência, porém, o time continuou desorganizado e exibindo um futebol bastante inferior ao da primeira etapa. Não conseguia trocar passes, e a bola saía da defesa diretamente para o ataque, em chutões dos zagueiros e do goleiro Carlos Germano.

Com as entradas dos meias Adrianinho e Claudinho e do atacante Macedo na Ponte, os papéis se inverteram entre as duas equipes. O time campineiro passou a acuar o Santos em seu campo, e a equipe da Vila tentava sobreviver à custa de contra-ataques.

O coro de “burro” gritado pela torcida para o técnico Carlos Alberto Silva começou aos 38min, quando, a fim de tentar garantir o resultado, ele trocou o atacante Dodô pelo volante de marcação Claudiomiro. Aos 49min, à beira do campo, o técnico gritava para os árbitros, pedindo o encerramento da partida.

Para técnico, vencer é o que importa

O técnico Carlos Alberto Silva e os jogadores do Santos adotaram o mesmo discurso após a partida, de que mais importante do que o desempenho irregular da equipe foram os três pontos conquistados.

Silva demonstrou conformismo com as vaias endereçadas a ele, “desde que os jogadores sejam poupados”.

“Isso já virou festa aqui em Santos porque outros treinadores que passaram pelo clube também já sofreram. Acho que um time que chutou 21 bolas ao gol teve boa participação”, declarou.

Para o treinador, a Ponte Preta explorou no segundo tempo a intranquilidade que as vaias provocaram no time. “A equipe estava tentando jogar, mas isso provoca ansiedade, e o adversário tirou proveito.”

“O torcedor quer mais porque o clube fez muitas contratações. Mas ainda falta muita coisa”, afirmou o goleiro Carlos Germano.

O atacante Valdir, que, a exemplo de Rincón, estreou ontem na Vila Belmiro, disse ter estranhado as críticas. “Acho que o torcedor tem direito de se manifestar, mas na vitória é difícil entender.”

A esperança de Carlos Alberto Silva para uma melhora significativa no time está agora no meia Valdo, que estreará no clássico de domingo contra o Corinthians.

Juiz e Rincón irritam campineiros

A Ponte Preta culpou pela derrota a arbitragem e a manobra política do Santos, que conseguiu antecipar o julgamento do volante Rincón, expulso contra a Matonense e absolvido pelo Tribunal de Justiça Desportiva.

O técnico Estevam Soares disse que o time ficou emocionalmente abatido quando recebeu a notícia, após o treino de sexta-feira.

“O Santos não precisava disso. Não que o Rincón seja um Pelé, mas ele controla a equipe. Treinamos sem prever essa situação e os garotos sentiram o que poderia vir pela frente”, declarou.

O treinador e os jogadores também reclamaram um gol anulado aos 14min do primeiro tempo. “Foi legítimo”, disse o lateral Alex. “Quando entraram os grandes, a coisa começou a complicar, já na segunda rodada”, afirmou Estevam Soares.


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