17/04/1999 – União Barbarense 2 x 0 Santos – Campeonato Paulista

União Barbarense 2 x 0 Santos

Data: 17/04/1999, sábado, 16h00.
Competição: Campeonato Paulista
Local: Estádio Antonio Lins Ribeiro Guimarães, em Santa Bárbara d’Oeste (SP).
Público: 4.874 pagantes
Árbitro: Antonio Claudio Perin
Gols: Edinan (09-2) e Maguinho (46-2).

UNIÃO AGRÍCOLA BARBARENSE
Alexandre; Edinan, Wilson, Emerson e Cleomir; Henrique, Caniggia, Beto (Maguinho) e Bira; Alaor (Leandro) e Alex.
Técnico: Jair Picerni

SANTOS
Zetti; Michel, Jean, Andrei e Gustavo Nery; Marcos Assunção, Narciso, Jorginho (Lúcio) e Rodrigo Fabri (Eduardo Marques); Alessandro (Aristizábal) e Rodrigão.
Técnico: Emerson Leão



Líder, Santos aposta em cautela e faltas (Em 17/09/1999)

Time de Leão teme entusiasmo do Barbarense e monta tática precavida, confiando em jogadas de bola parada

O Santos adota a precaução como conduta no jogo de hoje contra o Barbarense, em Santa Bárbara d’Oeste, primeiro confronto entre os dois times na história.

O motivo é a campanha do adversário. Embora acumule quatro derrotas em sete jogos na segunda fase, o Barbarense é o time do interior mais próximo da classificação. A equipe tem sete pontos, só dois a menos do que o Corinthians, vice-líder no Grupo 4, liderado pelo Santos (14 pontos).

Para o técnico Emerson Leão, a perspectiva de alcançar a classificação para as semifinais do Paulista vai injetar entusiasmo nos jogadores do Barbarense, que na rodada anterior bateu o Corinthians por 3 a 1 em São Paulo.

“Eles nunca estiveram tão perto de assumir o segundo posto no grupo depois da vitória contra seu mais próximo concorrente”, afirmou o treinador.

Por isso, segundo Leão, o Santos jogará “com preocupação”, marcando e tentando se aproveitar do “entusiasmo” do rival para chegar ao gol em contra-ataques.

O cuidado com o adversário chega ao ponto de o treinador cogitar marcação individual sobre atletas do Barbarense. “Se algum jogador deles estiver desequilibrando, precisaremos ter a humildade necessária de colocar alguém para marcá-lo”, declarou.

O lateral-direito Michel disse que está orientado para se revezar com o lateral-esquerdo Gustavo nas subidas ao ataque, a fim de não sobrecarregar o trabalho de marcação dos volantes e de não deixar a defesa desprotegida.

“Por ser um time que vem surpreendendo, vamos fazer marcação redobrada, tomando bastante cuidado com o ataque deles, que é muito veloz”, afirmou Michel.

Devido à previsão de dificuldades para vencer, os santistas acentuaram durante a semana o ensaio de jogadas de bola parada -lances que vêm proporcionando gols à equipe nas últimas partidas.

Nas goleadas sobre a Portuguesa Santista (5 a 1) e a Inter de Limeira (6 a 2), o time marcou duas vezes em cada jogo a partir de cobranças de escanteio do meia Rodrigo.

Nos jogos contra Lusa e Rio Branco, o volante Marcos Assunção deu as vitórias ao Santos (ambas por 2 a 1) em gols de falta.

“O campo é pequeno. Então, teremos de aproveitar a habilidade que nossos jogadores têm de decidir em uma cobrança de falta ou em um cabeceio”, afirmou o atacante Alessandro.

A boa fase do atacante Rodrigão, 21, que substitui Viola, machucado, é outro trunfo santista. Nos últimos cinco jogos que disputou -quatro pelo Santos e um pela seleção sub-23-, ele marcou em todos. “Entro em campo com a mentalidade de fazer gols. Com essa sequência, estou ganhando mais confiança dos companheiros.”

Companheiro de Rodrigão e de Michel na sub-23, o zagueiro Jean terá hoje uma chance de provar a Leão que tem condições de ser titular no segundo semestre, depois que Argel ir para o Porto -o clube português comprou o passe do zagueiro, atualmente contundido, por US$ 2,5 milhões.

Leão solicita a interdição de estádio (Em 19/04/1999)

O técnico do Santos, Emerson Leão, pediu a interdição do estádio Antônio Guimarães, de Santa Bárbara D’Oeste, devido ao incidente entre o goleiro Zetti e o gandula Claudemir Garcia na derrota por 2 a 0 para o Barbarense, anteontem.

“Infelizmente, quem vai pagar o pato é o clube”, afirmou.

Logo após o segundo gol do Barbarense, o gandula invadiu o campo para agredir o goleiro santista.

A Polícia Civil registrou um termo de ocorrência para apurar lesões corporais, já que Garcia também afirma ter sido agredido.

Zetti é o Dalai Lama do futebol brasileiro
Por José Graldo Couto (Folha de SP)

Em tempos de guerra fratricida, violência urbana, cães assassinos, linchamentos covardes de calouros universitários e outras barbaridades, dois belos gestos chamaram a atenção nos jogos de futebol do último fim-de-semana.

O primeiro foi visto “in loco” por cerca de 100 mil pessoas e via TV por milhões: Romário levantando a camisa do Flamengo para mostrar, por baixo, uma mensagem pacifista, depois de ter feito seu gol contra o Vasco no Maracanã.

O segundo não foi tanta gente que viu, mas talvez tenha um significado ainda mais profundo: em Santa Bárbara d’Oeste, agredido por um gandula, o goleiro Zetti limitou-se a imobilizar o infeliz e depois registrou queixa na polícia.

A atitude madura e civilizada de Zetti -tanto mais admirável por ter ocorrido quando seu time estava perdendo, aos 47min do segundo tempo- foi elogiada pelo técnico do Santos, Emerson Leão.

Isso mostra que o próprio Leão amadureceu, depois de ter dado e levado muita bordoada pela vida afora.

Lembrei-me, aliás, de um episódio até semelhante ao ocorrido no sábado em Santa Bárbara. Na final do Campeonato Paulista de 1971, os palmeirenses lutavam para reverter o placar favorável aos são-paulinos de 1 a 0.

Faltando um minuto para acabar o jogo, um torcedor do São Paulo, ao lado do gramado, jogou a bola para longe e foi perseguido na pista de atletismo por meio time do Palmeiras, Leão incluído.

Alcançado por atletas e dirigentes alviverdes, o sujeito apanhou um bocado. Fedato e Eurico foram expulsos.

Até onde lembro, Leão não participou da agressão, apenas da perseguição. Mas o fato deve ter ficado gravado em sua memória, assim como o soco que desferiu em Marinho Chagas, depois da derrota do Brasil para a Polônia, na Copa do Mundo de 74, na Alemanha.

Não cabe aqui, deste escritório com ar-condicionado, julgar as reações intempestivas de atletas que, no calor da hora, deixam o sangue ferver. O próprio Zetti agrediu um adversário palmeirense em fevereiro último e foi expulso, pela primeira vez na vida. Consta que, depois, chorou.

Não duvido. Pois Zetti é, além de um grande goleiro (embora a torcida santista ande sem paciência com ele), um grande caráter. Geralmente acaba pagando pelos erros dos outros, sejam gandulas, dirigentes ou os próprios zagueiros de seu time.

Quem não se lembra, por exemplo, de sua suspensão pela Fifa nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 94, acusado de consumir cocaína na Bolívia, quando na verdade tinha tomado um inofensivo chá de coca, graças à incúria da nossa comissão técnica?

Abatido e digno, desembarcando de volta no Brasil, Zetti lembrava o falso culpado vivido por Henry Fonda no filme “O Homem Errado”, de Alfred Hitchcock.

Feito o elogio, cabe agora protestar contra o absurdo que é a escalação de gandulas-torcedores para atuar em jogos oficiais. Nem na várzea acontece isso.

Se os jogadores ficam de cabeça quente dentro do campo, por que cutucar a onça com vara curta? Nem todo mundo é Zetti ou Dalai Lama nem tem obrigação de ser.


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