17/12/1995 – Santos 1 x 1 Botafogo – Campeonato Brasileiro

Santos 1 x 1 Botafogo

Data: 17/12/1995, domingo, 19h00.
Competição: Campeonato Brasileiro – Final – Jogo de volta
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo, SP.
Público: 28.488 pagantes
Renda: R$ 697.520,00
Árbitro: Márcio Rezende de Freitas (MG)
Cartões amarelos: Wágner, Túlio e Wilson Goiano (B); Narciso e Jamelli (S).
Gols: Túlio (24-1) e Marcelo Passos (01-2).

SANTOS
Edinho; Marquinhos Capixaba, Ronaldo, Narciso e Marcos Adriano; Carlinhos, Marcelo Passos e Robert (Macedo); Jamelli, Giovanni e Camanducaia.
Técnico: Cabralzinho

BOTAFOGO
Wágner; Wilson Goiano, Wilson Gottardo, Gonçalves e André Silva (Moisés); Leandro, Jamir, Beto e Sérgio Manoel; Donizete e Túlio.
Técnico: Paulo Autuori


Defesas de Wagner, gol de Túlio e erro do juiz dão título ao Botafogo

Numa partida intensamente disputada, o Botafogo assegurou o seu primeiro título brasileiro ao empatar com o Santos por 1 a 1, ontem, no Pacaembu.
Como vencera o primeiro jogo, no Maracanã, por 2 a 1, o time carioca jogava por um empate.

O panorama geral do jogo foi como se esperava: o Santos tentando pressionar para conseguir a vitória e o Botafogo, retraído, buscando os contra-ataques.

Com Camanducaia na ponta esquerda e apenas um meia defensivo, Carlinhos, o Santos começou tentando abrir o jogo pelos lados e buscando as tabelas pelo meio, coordenadas por Giovanni.

O time carioca, porém, surpreendeu ao recuar o centroavante Túlio -que, normalmente, atua fixo na área- para fazer a ligação do meio-campo com o ataque. Túlio não só trabalhava bem a bola como combatia no meio-campo. De tanto cometer faltas -sete só no primeiro tempo-, recebeu o cartão amarelo.

O Santos tinha dificuldade em criar chances de gol porque o meio-campo botafoguense exercia uma marcação muito eficiente.

O Botafogo acabou marcando aos 24min. Sérgio Manoel bateu uma falta da esquerda em direção à área, Jamir tocou de cabeça e a bola sobrou para Túlio, impedido, chutar de pé esquerdo para o gol.

O Santos perdeu uma grande chance aos 34min, quando Giovanni, livre na pequena área, tocou para fora.

No intervalo, o técnico do Santos, Cabralzinho, substituiu o meia Robert pelo atacante Macedo. Já o treinador do Botafogo, Paulo Autuori, tirou o lateral-esquerdo André Silva, fazendo entrar o volante Moisés e recuando o meia Sérgio Manoel para a lateral.

O Santos empatou logo aos 2min do segundo tempo: o lateral-direito Marquinhos Capixaba entrou na área pela direita, dividiu com Gonçalves, ajeitou a bola com a mão e a bola sobrou para Marcelo Passos, que marcou.

O Santos quase desempatou aos 29min, numa falta cobrada por Marcelo Passos, mas Wagner, a maior figura do jogo, espalmou.

Aos 34min, Camanducaia marcou de cabeça ao recebeu um cruzamento em cobrança de falta, mas o juiz Márcio Rezende de Freitas marcou impedimento inexistente.

Giovanni ainda perdeu grande chance aos 37min, mas Wagner salvou com a ponta dos dedos.

Cabralzinho volta a usar ‘risco total’

Como no segundo jogo contra o Fluminense pelas semifinais, o técnico Cabralzinho decidiu ontem arriscar tudo na busca do resultado que interessava ao Santos.

Além de entrar de início com apenas um meia defensivo, ele partiu para um esquema com três atacantes no segundo tempo (Macedo, Jamelli e Camanducaia) e a aproximação permanente de Giovanni e Marcelo Passos.

A estratégia do primeiro tempo não deu certo por dois motivos. No ataque, a forte marcação do Botafogo impedia Camanducaia de levar vantagem sobre o lateral Wilson Goiano e Giovanni de se movimentar com liberdade.

Na defesa, o meio-campo santista dava espaço a Sérgio Manoel, Beto e Túlio para receber na intermediária e tocar a bola, articulando os ataques botafoguenses.

Nessa etapa, o Santos conseguiu finalizar a gol apenas seis vezes.

A entrada de Macedo reforçou muito o lado direito do Santos, que estava sem força na primeira etapa, pois o lateral Marquinhos Capixaba pouco apoiava.

Num dos primeiros lances pelo setor no segundo tempo, Capixaba fez a jogada do gol de empate, enquanto Macedo ajudava a diluir a marcação adversária.
Nessa etapa, o Santos conseguiu finalizar nove vezes e marcar dois gols, mas só um valeu.

Santos culpa o juiz pela perda do título

Diretores e jogadores do Santos culparam a arbitragem e uma suposta “armação” pela perda do título brasileiro.

Segundo todas as pessoas ouvidas pela Folha, o juiz prejudicou o Santos em dois lances: validou o gol do Botafogo, com Túlio em impedimento, e anulou o que seria o segundo gol do Santos, apontando impedimento, inexistente, de Camanducaia.

No primeiro lance, Túlio estava adiantado cerca de 80 cm. No segundo, o volante Leandro dava condição de jogo ao Santos.

“Armação é pouco”, afirmou, descontrolado, o vice-presidente de Futebol do Santos, Clodoaldo Tavares Santana. “Somos a favor de um futebol, digno, justo e honesto. Não foi isso que vimos.”

Assim que o jogo acabou, Santana tentou invadir o vestiário dos árbitros.

“Sem-vergonha e safado” eram alguns dos palavrões proferidos por ele ao juiz Márcio Rezende de Freitas, trancado no vestiário.

Depois, perto da porta do vestiário do Santos, Santana referiu-se ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e ao presidente do Tribunal Especial da CBF, Luís Cláudio Bezerra de Menezes, como membros de uma “quadrilha”.

O diretor Roberto Bolonha cercou Teixeira na porta do vestiário dos árbitros e passou a xingá-lo.

O dirigente da CBF rebateu as críticas dizendo que a escalação de Rezende de Freitas havia sido exigência dos dois finalistas. “O Santos quis esse árbitro e acho que ele não teve influência no resultado.” Quando foi dos vestiários ao estacionamento, Teixeira foi xingado por torcedores.

O presidente do Santos, Samir Abdul Hak, confirmou a indicação do juiz Márcio Rezende de Freitas. “Ele é o melhor juiz brasileiro, mas cometeu erros infantis. O Botafogo não precisava disso.”

Segundo ele, o Santos não vai protestar contra a arbitragem porque “não adianta nada”. “Prefiro perder o título, mas não faço trabalho de bastidores”, acrescentou.

O atacante Macedo também criticou o juiz. “Ele é um safado. O Santos está enganado sobre ele.”

Santistas decidem ir para o vestiário

Diferente do que haviam prometido, os jogadores do Santos não permaneceram em campo no intervalo, desistindo de repetir o gesto feito na vitória de 5 a 2 sobre o Fluminense, pelas semifinais.

A derrota parcial de 1 a 0 e o comportamento da torcida, mais revoltada que vibrante no primeiro tempo, fizeram os santistas mudar de idéia.
Eles desceram para os vestiários sem dar entrevistas. O clima, no intervalo, era de desânimo.

Além disso, o técnico Cabralzinho teve que contornar uma pequena crise, provocada pela escalação do atacante Camanducaia, e não do volante Pintado, no lugar do capitão Gallo, suspenso.

Pintado não gostou da decisão do técnico e reclamou. “Esperava iniciar o jogo. Afinal sou o substituto natural do Gallo.”

Na verdade, ao escalar Camanducaia, Cabralzinho atendeu a um pedido dos jogadores, que desejavam uma equipe mais ofensiva.

O departamento jurídico do clube tentou, até momentos antes do jogo, obter o efeito suspensivo que permitiria a escalação do meia Vágner, suspenso por três jogos pelo Tribunal Especial da Confederação Brasileira de Futebol. O tribunal, porém, nem quis analisar o pedido, segundo o presidente Samir Abdul-Hak.

Botafogo muda estilo de jogo

Um errou tático do técnico Paulo Autuori dificultou ao Botafogo a conquista do seu primeiro título brasileiro. No intervalo da decisão, quando a equipe vencia por 1 a 0 e havia anulado o ataque santista, ele decidiu mexer no time. Tirou o lateral-esquerdo André Silva, colocou o volante Moisés e deslocou o meia esquerda Sérgio Manoel para a lateral.

A 1min do segundo tempo, Sérgio Manoel falhou e o Santos empatou o jogo. Depois, o time carioca viveu de chutões até o fim do jogo.

O Botafogo construiu a vantagem, no primeiro tempo, jogando fora de seu estilo.

A vantagem do empate e as más condições físicas de Donizete levaram Autuori a tomar algumas decisões: para poupar Donizete, colocou-o como atacante fixo, e proibiu os laterais e os meias de avançarem ao ataque.

Com essa formação, o time pouco executou sua jogada característica, pela direita. E viveu, também, de ataques ocasionais, como no lance do gol de Túlio, aos 24min da primeira etapa.

Donizete entra em campo lesionado

Numa cena rara no futebol, o atacante botafoguense Donizete já entrou mancando ontem em campo. Ele jogou machucado por causa de uma contusão no músculo da parte de trás da coxa direita.

A escalação de Donizete foi decidida após teste físico no começo da tarde, no hotel onde a equipe se hospedou. No Pacaembu, ele chutou bolas na parede e resolveu jogar “no sacrifício”.

Donizete disse que foi o jogo mais “difícil” de sua vida. Aos 27 anos, nunca havia sofrido contusão muscular na sua carreira.

No sábado à noite, ele dava entrevistas otimistas sobre seu estado, mas confidenciava a amigos: “Só tenho 10% de chances de jogar. Está doendo muito”.

Em quase todos os lances, Donizete evitou esticar a perna direita para não distender o músculo. Em algumas jogadas, recolhia a perna. Em outras, preferia chutar com a esquerda.

A exceção foi um chute de fora da área, aos 39min, que o goleiro Edinho defendeu, soltando a bola. Em seguida, Donizete levou a mão à coxa, dolorida.

Ele usou coxeira, para apertar a musculatura. Devido à contusão, e querendo contar com o atacante, o técnico Paulo Autuori fez Túlio recuar mais, ajudando na marcação. Donizete ficou mais à frente, jogando de “Túlio”.

Jogo foi 2 a 0, diz Carlinhos

O volante Carlinhos afirmou ontem que o Santos fez “o suficiente para ganhar o título” e que não foi campeão por culpa dos erros de arbitragem.
Ele reconheceu, porém, que na hora do gol do Botafogo, não viu impedimento de Túlio.

Carlinhos foi um dos poucos jogadores santistas que se dispuseram a dar entrevistas depois do jogo.

Os destaques do time, como o atacante Giovanni e o goleiro Edinho, saíram em silêncio, não deram declarações e seguiram direto para o ônibus, escoltados por seguranças.

O clima de tensão no time já podia ser sentido no final do primeiro tempo. Perdendo por 1 a 0, os jogadores não cumpriram a promessa de passar o intervalo em campo, como haviam feito no domingo passado, contra o Fluminense.

Repórter – Como você viu a atuação do Santos nesta partida?
Carlinhos – Não fizemos uma partida brilhante, mas o suficiente para ganhar o título.

Repórter – Por que você diz que o Santos não foi brilhante?
Carlinhos – No primeiro tempo, os jogadores de meio-campo, como eu, sentiram muito as novas tarefas que nos foram passadas pelo Cabralzinho.

Repórter – O Gallo (volante e capitão do time, suspenso) fez falta?
Carlinhos – Claro. Ele comanda o time atrás.

Repórter – A saída do André Silva (lateral-esquerdo do Botafogo) e o deslocamento do meia Sérgio Manoel para a posição dele ajudaram o Santos a reagir no segundo tempo?
Carlinhos – Apesar de o nosso gol ter saído lá, eu não acho. O Santos cresceu porque o time conseguiu se entrosar no novo esquema.

Repórter – Por que o Santos não foi campeão?
Carlinhos – Em primeiro lugar, o goleiro deles, o Wagner, teve uma grande atuação.
Mas o que decidiu foi a arbitragem. O juiz deu um gol do Túlio em impedimento e anulou um gol nosso que foi legal. Ele está “de parabéns”.

Repórter – Por que o Santos não reclamou do gol do Túlio?
Carlinhos – Na hora, ninguém viu. Só percebemos no vestiário. Mas o juiz tinha que ter visto. No segundo gol nosso, não sei o que ele marcou. Para mim, o jogo teria de ser 2 a 0, o que nos daria o título.

Cabralzinho faz elogio a vencedor

Conformado com a derrota, o técnico Cabralzinho elogiou o time do Botafogo e disse que o adversário mereceu conquistar o título brasileiro.
“Não há o que lamentar. Méritos do Botafogo, de seu goleiro e de seu treinador, que armou muito bem a equipe”, afirmou.

Segundo Cabralzinho, o Santos “cumpriu o seu papel” e fez uma grande campanha no Brasileiro. “O time é jovem e ainda vai dar muitas alegrias aos torcedores. Isso foi apenas o começo de uma trajetória que será vitoriosa.”

O técnico santista preferiu não analisar a arbitragem de Márcio Rezende de Freitas. “Não cabe a mim dizer se houve ou não qualquer erro por parte do juiz”, disse.

O atacante Jamelli, um dos poucos jogadores do Santos conformados com a derrota, disse que o time “fez o que pôde” na partida e na competição.
“Foi uma bela campanha. Faltou apenas subir o último degrau e conquistar o título”, lamentou.

“Merecíamos este campeonato. Mas, apesar dos erros do juiz, saímos de cabeça erguida”, disse o meia Marcelo Passos, autor do gol do empate.

O zagueiro Ronaldo disse que o Botafogo “veio para jogar pelo empate e conseguiu, com méritos”.

Presidente promete manter todos jogadores

O presidente do Santos, Samir Abdul Hak, disse, após o jogo, que o Santos vai procurar manter todos os jogadores do atual elenco e ainda se reforçar para 1996.

“A idéia da diretoria é prestigiar este grupo, que está de parabéns. Eles são os campeões morais e serão devidamente recompensados”, afirmou.
Segundo o presidente santista, “a diretoria fará tudo para renovar o contrato de Giovanni”, que se encerra no final do ano.

O diretor de futebol, José Paulo Fernandes, disse que já acertou as contratações dos meias Robert e Vágner e do zagueiro Ronaldo.

Os empréstimos dos laterais Marquinhos Capixaba, Marcelo Silva e Marcos Adriano vencem no final do ano.

A prioridade dos diretores santistas é a contratação de Marcos Adriano, cujo passe pertence ao Flamengo e custa R$ 350 mil.

Apesar de a diretoria ter a intenção de manter todos os jogadores, alguns deles devem deixar o clube, caso do volante Pintado. Insatisfeito por não ter sido escalado ontem, Pintado chorou no banco de reservas após o jogo e foi o último jogador do Santos a descer para os vestiários.

“Não aguento ficar de fora. É muito sofrimento. Prefiro parar de jogar futebol a ficar na reserva. Futebol é simples, não adianta inventar”, afirmou o jogador, numa crítica ao técnico Cabralzinho.

O volante Gallo tem proposta do Mallorca, da Espanha. Marcelo Passos pode ser transferir para o futebol carioca.

Samir Abdul Hak é candidato único na eleição presidencial do Santos, que deve ocorrer no dia 8 de janeiro. “Vamos manter a política pés no chão, que está apenas começando. Foi uma dádiva termos chegado à final”, disse.

Finalistas são base da seleção do Brasileiro

Botafogo e Santos formam a base da seleção do Brasileiro, eleita por 25 jornalistas em votação promovida pela Folha.

O time é: Velloso (Palmeiras); Zé Maria (Portuguesa), Sorlei (Fluminense), Narciso (Santos) e Zé Roberto (Portuguesa); Amaral (Palmeiras), Leandro (Botafogo) e Giovanni (Santos); Jamelli (Santos), Túlio (Botafogo) e Donizete (Botafogo).

Os dois únicos jogadores com unanimidade em suas posições foram os artilheiros Túlio e Giovanni. O meia-atacante santista também foi eleito o destaque do Brasileiro, com 24 votos.

O técnico escolhido foi Paulo Autuori (Botafogo), com 17 votos. Cabralzinho (Santos) teve 6.

Túlio é o único a aparecer na seleção do campeonato do ano passado e na deste ano. Todos os outros jogadores aparecem pela primeira vez na lista, realizada pela Folha desde 1993.

A seleção escolhida pelos jornalistas difere pouco da seleção do Júri Folha. Nesta última, os jogadores são escolhidos pela média das notas atribuídas por jornalistas ao longo do campeonato.

As mudanças são as entradas de dois jogadores do Goiás: Márcio na zaga e Sandoval no ataque.

A CBF, por sua vez, divulgou ontem sua seleção do campeonato, igualmente eleita pela imprensa.

O time também tem duas diferenças em relação à votação promovida pela Folha. Sorlei dá lugar a Ronaldo (Atlético); Jamelli, a Rivaldo (Palmeiras).
Voltou a subir a média de gols do Campeonato Brasileiro, após um ano de queda em 1994.

A média voltou a ultrapassar 2,5 gols por jogo, patamar só alcançado em quatro edições do Brasileiro: 80, 82, 83 e 93. O resultado confirma a tendência de alta verificada desde 1987, quando o Brasileiro atingiu o “fundo do poço” e a média foi de apenas 1,7 gol por jogo.

Botafogo fatura R$ 1 mi na final

O Botafogo ganhou pelo menos R$ 1 milhão com o jogo de ontem. O Santos, R$ 450 mil.

A estimativa foi feita no Pacaembu pelo diretor de futebol da Confederação Brasileira de Futebol, Gilberto Coelho.

Segundo ele, o campeão receberá R$ 400 mil das emissoras de TV que transmitiram o torneio. O prêmio está estipulado no contrato.

Para que a partida de ontem fosse realizada a partir das 19h, cada clube recebeu entre R$ 150 mil e R$ 200 mil.

O Botafogo (primeiro colocado) ganhou R$ 150 mil e o Santos R$ 100 mil da Esso, empresa que fez entrega de prêmios antes da final.

Da renda de ontem, cada clube ficaria com no mínimo R$ 250 mil, segundo Gilberto Coelho. O vencedor de jogos recebe 60% da renda líquida (há descontos para entidades, gastos com estrutura etc.). O perdedor, R$ 40%. Em caso de empate há divisão.

A CBF dará R$ 50 mil para o Botafogo por ter sido campeão. O prêmio será entregue hoje no Rio. Parte do dinheiro arrecadado ontem pelo Botafogo será utilizado para pagamento de prêmios.

O clube deu R$ 600 mil pelo título aos jogadores. O patrocinador da equipe, R$ 200 mil. Empresários botafoguenses, R$ 200 mil. No total, o prêmio foi de R$ 1 milhão para o time.

CBF tira Vágner da decisão e deixa Abdul-Hack indignado

Presidente reclama do tratamento diferente para Valdeir e Renato Gaúcho, que não foram julgados

O Santos bem que tentou, mas não conseguiu o efeito suspensivo para permitir a escalação de Vágner. O presidente do clube, Samir Abdul-Hack, acatou a medida do Tribunal Especial da CBF com indignação. “Foi um absurdo o que fizeram com o Santos”, disse. “O Tribunal não obedeceu a um princípio elementar do Direito: a isonomia”, comentou, referindo-se ao tratamento dado a Valdeir e Renato Gaúcho, do Fluminense, que ainda nem foram julgados.

Não discuto a punição ao jogador, mas a sua forma”, afirmava o presidente, que acredita que o Santos foi prejudicado quando o tribunal negou o pedido de adiamento do julgamento.

Segundo Samir, o Santos pediu adiamento do julgamento que fora marcado para terça-feira, pois queria produzir provas, o mesmo que fez o Fluminense com relação a Renato Gaúcho e Valdeir, dias antes de enfrentar o Santos pelas semifinais do Campeonato Brasileiro. “Os dois não foram julgados até hoje, e para o Vágner foi dado apenas um dia, com o julgamento ocorrendo 24 horas depois, o que é um absurdo, disse o presidente do Santos, também advogado.

Samir disse também que esse adiamento de um dia caracteriza cerceamento de defesa, o que prejudicou sensivelmente o Santos. O presidente afirma que tomaria essa atitude com relação a qualquer jogador do clube, e não só com relação a um titular, como é o caso de Vágner. “É uma questão de justiça, e nunca podemor ir contra a estes dois conceitos, pois agora o tribunal se reúne só para julgar nosso jogador, o que causou muita indignação.”

Na noite de quinta feira (14/12), Vágner foi julgado pela expulsão no jogo contra o Flamengo e foi suspenso por três partidas. Até o final da tarde de domingo, o departamento jurídico do Santos, representado pelos advogados Silvio Bitencourt, no Rio, Maurício Curi e José Alberto Zacker, mobilizou-se para conseguir o efeito suspensivo.

“O presidente do Tribunal não despachou”, disse Samir. A manobra jurídica sem êxito, no entanto, não tirou o otimismo do dirigente. Mesmo assim, o Santos vai entrar em campo com garra e amor à camisa”. E acrescentou: O projeto pés no chão começa hoje.”



Fontes:
– Jornal Folha de SP
Estadão

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2 comentários em “17/12/1995 – Santos 1 x 1 Botafogo – Campeonato Brasileiro”

  1. Túlio a três centímetros à frente da zaga do Santos (imperceptível na corrida do jogo) estava impedido no gol do Botafogo. Na hora ninguém disse nada, nem os jogadores do Santos reclamaram, só depois, com muito vídeo-tape e muito tira-teima e que a imprensa paulista gritou, em especial o Sr. Milton Santista Neves que distorceu os fatos e repete esses despautérios até hoje.

    Mas o que tentam esconder é que o gol do Santos foi feito com um passe de vôlei: um soco na bola dado por Marquinhos Capixaba na medida para Marcelo Passos.

  2. Os santistas fazem questão de IGNORAR que houve uma PRIMEIRA partida final no Rio de Janeiro, em que o árbitro Sidrack Marinho ANULOU um gol LEGÍTIMO de Túlio.
    O placar da partida seria um sacode do Botafogo sobre o peixe e daria o título para o Botafogo.
    Na SEGUNDA partida, houve um gol irregular pra CADA LADO (o gol do Santos foi de mão) e UM gol mal anulado. Nesse caso, compensa o da 1ª partida.
    É fácil mentir para o mundo fingindo que não houve PRIMEIRA partida, porém ela foi no Rio e o Santos nem viu a cor da bola…

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