Santos Campeão da Copa Conmebol de 1998
Recebido a bala em Rosário e com apenas 15 jogadores disponíveis no elenco, Santos conquista a Conmebol
Em 1998 o Santos tinha um bom time mas aos poucos foi perdendo seu elenco. Dos 25 jogadores inscritos na Conmebol, quatro foram negociados durante a competição (Ronaldo Marconato, Dutra, Fumagalli e Baez), três estavam contundidos (Argel, Jorginho e Lúcio) e dois suspensos (Jean e Viola). O resultado é que o Santos contava com apenas 16 jogadores em condições de jogo, sendo que três deles eram goleiros (Fernando Leão, o terceiro goleiro, não viajou com o time para Rosário).
Cheio de improvisações na escalação, com apenas três jogadores no banco e contra um caldeirão de 50 mil torcedores rivais, a tarefa do Peixe era complicada. Segurar um empate diante dos argentinos, inimigos declarados e eternos , seria (e foi) uma barra.
A rivalidade começou fora de campo. Na chegada ao estádio até tiros foram ouvidos. “Foi a decisão internacional mais difícil que já disputei na minha carreira. Nunca havia sido recebido anes com pedras atiradas pelos torcedores argentinos e até mesmo tiros, disparados para o alto pela polícia.“, disse o goleiro Zetti. O goleiro contou que o grupo santista chegou a discutir se deveria ou não entrar em campo para disputar a final naquele clima de guerra e pressão. “Conversamos com o presidente da Confederação Sul-Americana, Nicolas Leoz, que nos garantiu que as pessoas estranhas seriam retiradas do campo, e só depois disso optamos por entrar para disputar o jogo”.
“ – Balas de borracha é o caralho! Não era para termos jogado! Fomos coagidos!“, bradou o técnico Émerson Leão ainda no gramado. A polícia argentina tem outra versão. Diz que os tiros eram de borracha e foram disparados contra os torcedores que tentavam se aproximar à força da delegação do Peixe. Leão definiu o ambiente de antes e durante a partida como uma “noite de terror”. “A decisão de levar 20 seguranças foi acertada. Pelo clima que encontramos foi uma conquista heróica.” O treinador garantiu que o jogo só foi disputado porque toda delegação foi ameaçada de morte. [pullquote]”Vieram os presidentes Nicola Leoz da Conmebol e o do Rosário Central. Disseram que seria difícil garantir segurança sem a realização da partida e que poderíamos morrer.”[/pullquote] Diante da situação Leão manteve uma conversa com os jogadores antes da partida começar, a reunião serviu como trabalho psicológico. “Pedi para jogarem com coragem e dignidade. Todos se uniram na base da amizade. Só assim conquistamos o título”, afirmou.
O técnico Leão passou por uma situação curiosa em Rosário. Suspenso por seis partidas internacionais pela Confederação Sul-Americana, o treinador pôde orientar a equipe do banco de reservas devido à falta de segurança no estádio. Leão só foi proibido de levantar para dar instruções, trabalho que ficou a cargo de Pedro Santilli, preparador de goleiros.
Antes de embarcar para a Argentina, Zetti havia dito que faria o “impossível” para confirmar a vantagem do Santos na competição sul-americana e cumpriu a promessa. Mesmo tendo passado recentemente por problemas particulares (seu pai morreu uma semana antes), Zetti comprovou a boa fase. Além de fechar o gol, comandou o jovem e inexperiente time santista como um autêntico líder e em nenhum momento foi dominado pela tensão.
Em campo o ambiente também não era dos melhores para os santistas. Enquanto o Rosário pressionava bastante (e parava nas mãos de Zetti ou no paredão Sandro e Claudiomiro) apenas Alessandro se encarregava de prender a bola no ataque fazendo o tempo passar. E o tempo passou. Empate de 0x0 que deu ao Santos um título internacional, que o Clube não conquistava desde 1969. Um título vencido na marra.
O título serviu para reforçar a política “pés no chão” retomada pela Diretoria após a saída do técnico Wanderley Luxemburgo no início de 1998. Mais do que o título, os dirigentes festejaram a confirmação do talento de vários jovens jogadores que começaram a se firmar na Vila Belmiro como Athirson, Marcos Bazílio, Eduardo Marques, Adiel, Fernandes e Baiano, todos entre 18 e 22 anos.
Elenco:
Clique aqui e conheça o elenco que conquistou a Copa Conmebol 1998.
Artilharia
04 gols – Viola (Santos) e Morales (LDU)
Artilheiros do Santos
04 gols – Viola
02 gols – Jorginho, Lúcio e Claudiomiro
01 gol – Narciso, Argel, Eduardo Marques e Adiel
Regulamento
A sétima edição da Copa foi disputada por 16 equipes em sistema de mata-mata.
Campanha:
# | Data | Ficha Técnica | Local |
Vídeo
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1 | 15/07/1998 | Santos 2 x 1 Once Caldas | Vila Belmiro |
N/D
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2 | 21/07/1998 | Once Caldas 2 x 1 Santos (penaltis 2×3) | Palogrande |
N/D
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3 | 05/08/1998 | LDU 2 x 2 Santos | Casablanca |
N/D
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4 | 11/08/1998 | Santos 3 x 0 LDU | Vila Belmiro |
N/D
|
5 | 09/09/1998 | Santos 0 x 0 Sampaio Corrêa | Vila Belmiro |
N/D
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6 | 23/09/1998 | Sampaio Corrêa 1 x 5 Santos | Castelão |
N/D
|
7 | 07/10/1998 | Santos 1 x 0 Rosário Central | Vila Belmiro | |
8 | 21/10/1998 | Rosário Central 0 x 0 Santos | Gig. Arroyto |
Classificação Final
|
|||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Pos. |
PG
|
J
|
V
|
E
|
D
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GP
|
GC
|
SG
|
|
1 | Santos (Bra) |
15
|
8
|
4
|
3
|
1
|
14
|
6
|
8
|
2 | Rosário Central (Arg) |
14
|
8
|
4
|
2
|
2
|
9
|
5
|
4
|
3 | Sampaio Corrêa (Bra) |
11
|
6
|
3
|
2
|
1
|
6
|
6
|
0
|
4 | Atlético-MG (Bra) |
9
|
6
|
2
|
3
|
1
|
7
|
5
|
2
|
5 | LDU (Equ) |
7
|
4
|
2
|
1
|
1
|
8
|
7
|
1
|
6 | Huracán Buceo (Uru) |
4
|
4
|
1
|
1
|
2
|
6
|
6
|
0
|
7 | Deportes Quindío (Col) |
4
|
4
|
1
|
1
|
2
|
4
|
5
|
-1
|
8 | Jorge Wilstermann (Bol) |
2
|
4
|
0
|
2
|
2
|
2
|
5
|
-3
|
9 | Once Caldas (Col) |
3
|
2
|
1
|
0
|
1
|
3
|
3
|
0
|
10 | Audax Italiano (Chi) |
3
|
2
|
1
|
0
|
1
|
1
|
2
|
-1
|
11 | Cerro Corá (Par) |
2
|
2
|
0
|
2
|
0
|
2
|
2
|
0
|
12 | Gimnasia La Plata (Arg) |
2
|
2
|
0
|
2
|
0
|
1
|
1
|
0
|
13 | Deportivo Italchacao (Ven) |
1
|
2
|
0
|
1
|
1
|
3
|
4
|
-1
|
14 | América-RN (Bra) |
1
|
2
|
0
|
1
|
1
|
1
|
3
|
-2
|
15 | River Plate (Uru) |
1
|
2
|
0
|
1
|
1
|
1
|
4
|
-3
|
16 | Melgar (Per) |
0
|
2
|
0
|
0
|
2
|
2
|
6
|
-4
|
Galeria de fotos:
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